Justiça Militar presta homenagem à defensora pública Silvana Lourenço Lobo

O Tribunal de Justiça Militar promoveu, na tarde desta quarta-feira, 13, uma homenagem à defensora pública Silvana Lourenço Lobo, atuante na Justiça Militar e que irá se afastar das atividades laborais, tendo em vista a sua aposentadoria. O evento, realizado no Salão Nobre da Corte, contou com a presença de magistrados e diversas autoridades, entre eles a defensora pública geral Raquel Costa Dias e Fernando Campello Martelleto, presidente da Associação das Defensoras e Defensores Públicos de Minas Gerais – Adep-MG.

Silvana Lobo é mestra em Direito (Ciências Penais) pela Universidade Federal de Minas Gerais, coordenadora e professora do curso de Direito da Universidade Fumec. Sua primeira inserção na Justiça Militar foi ainda como estagiária, em 1991. Em seguida, entre os anos de 1992 e 1997, foi assessora jurídica da Polícia Militar do Estado de Minas Gerais, e, de maio de 1997 a outubro de 1998, foi advogada do Clube de Cabos e Soldados de Minas Gerais. Ingressou na Defensoria Pública de Minas Gerais no ano de 1998 e, desde então, desempenha a função nesta Justiça especializada.

“O que mais me impressiona foi a sua efetividade, a sua doação ao trabalho, a sua persistência, profissionalismo, a sua forma aguerrida de fazer aquilo que a senhora sabe fazer muito bem, que é defender os jurisdicionados nos processos em que atua, e sempre fez isso com muita competência. Essa lição a senhora está deixando, de ser uma profissional que se mostra o tempo todo para o trabalho, que não foge das dificuldades, pelo contrário, é de sua personalidade seguir em frente, combater o bom combate e essa lição de profissionalismo, de dedicação, a senhora está deixando escrita aqui neste Tribunal ao longo de sua trajetória”, elogiou o desembargador Rúbio Paulino Coelho, presidente do TJMMG, em discurso à homenageada.

“É uma vida dedicada à Defensoria Pública e ao trabalho aqui na Justiça Militar. Deve ser muito bom chegar a esse momento da vida profissional e poder, com tranquilidade, alma leve, coração aberto, dizer que cumpriu a sua missão. É muito bom sair de uma instituição de mãos limpas, isso não tem preço na vida de um servidor público. E o TJMMG não poderia se furtar, neste momento, de agradecer a sua trajetória aqui nesta casa, onde a senhora deixa um legado importantíssimo de trabalho”, prosseguiu.

O presidente entregou à Silvana Lobo uma placa com o registro de uma fala do então governador Tancredo Neves, em 1984: “A Justiça Militar, organismo integrante dos quadros do Poder Judiciário do Estado é, sem dúvida, um dos pontos mais altos na formação e na estrutura da nossa organização política. Esta casa tem uma tradição de austeridade, de cultura e integridade. Desde a sua organização até os dias de hoje, são decênios de notável contribuição ao aprimoramento da ordem jurídica, social e humana de nosso Estado”. “A senhora construiu aqui amigos e parceiros. O que está ficando é sua história registrada aqui na Justiça Militar, portanto receba nosso agradecimento por tudo o que a senhora fez ao longo desses 31 anos”, destacou o desembargador Rúbio.

A juíza titular da 3ª Auditoria da Justiça Militar, Daniela Freitas Marques, fez a entrega de flores à Silvana Lobo, e Sophia Bassi Behring, madrinha da homenageada, aos 103 anos, também recebeu um buquê das mãos da servidora Nádia Prata Neves, gerente da Secretaria da 2ª Autoria. Muito emocionada, a defensora pública recordou a sua trajetória, afirmando ser o momento de despedida “a sustentação oral mais difícil que aquela feita em maio de 1992”, remontando à sua primeira defesa, como profissional de Direito, na Justiça Militar. Naquela oportunidade ela defendia um soldado, do município de Diamantina, acusado de homicídio triplamente qualificado, e conseguiu defender a tese de legítima defesa, acatada por três votos a dois.

“Posso dizer que esta é, possivelmente, a maior homenagem que já recebi, e junto com ela as minhas escolhas para paraninfa de turma, porque é o reconhecimento daquilo que foi feito. Mas se eu cheguei até aqui hoje é porque não cheguei sozinha. Cheguei porque fui ajudada por aqueles que me receberam quando estive aqui como estagiária. Vocês foram imprescindíveis”, agradeceu, referindo-se aos magistrados e servidores.

Silvana Lobo aproveitou para destacar o importante papel da Justiça Militar de Minas Gerais. “Este é um tribunal de vanguarda. Quem dera que toda justiça pudesse ser como um tribunal desse, porque se trata de um jurisdicionado qualificadíssimo para a manutenção da ordem do nosso Estado”, exaltou. “Estou muito feliz e muito emocionada. Esta também é a minha casa, mais da metade da minha vida foi neste Tribunal. Eu estava aqui muito antes de estar na Defensoria Pública e sou muito honrada por isso”, finalizou.

Texto: Secom TJMMG