Pesquisa mostra que brasileiros estão satisfeitos com serviços eletrônicos do governo

02/12/2010 14h08 - Atualizado em 02/12/10 14h08
A maioria dos cidadãos e empresas brasileiras aprova os serviços de Governo Eletrônico (e-Gov) disponíveis em sítios e portais da Administração Pública das três esferas. Pelo menos 91% dos usuários dizem estar satisfeitos ou muito satisfeitos em relação às ferramentas governamentais existentes na internet.

Essa é uma das conclusões da primeira pesquisa feita no Brasil sobre o uso das tecnologias da informação em serviços de governo, divulgada nesta quarta-feira pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) e pela Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento (SLTI/MP).

O objetivo do levantamento, que levou em conta critérios quantitativos e qualitativos, é produzir indicadores que possam auxiliar os órgãos públicos no planejamento de serviços de e-Gov oferecidos à população.

“Com esse diagnóstico inédito poderemos verificar se está havendo ou não uma sintonia entre o que o governo cria e o que a sociedade exige de serviços na rede”, explica a secretária da SLTI, Glória Guimarães.

A pesquisa considera como usuários aqueles que acessaram alguma aplicação virtual do governo nos últimos 12 meses. Já o não-usuário é o que nunca utilizou esse tipo de mecanismo. O estudo ouviu 3 mil pessoas com mais de 16 anos em todas as regiões do país.

A amostra levou em consideração a diversidade regional, classe social, renda familiar, grau de instrução, faixa etária, sexo e situação de emprego das pessoas.

Também foram realizadas 647 entrevistas com empresas de todos os portes, dos setores da industria de transformação, construção civil, comércio, agrícola e serviços.

Foram abordados aspectos como o uso dos serviços públicos na internet, visão sobre o e-Gov, dificuldades encontradas e comunicação com o governo.

Números

Embora propensos a usar serviços na rede digital, o levantamento mostra que 60% dos cidadãos dizem que a principal forma de acesso aos serviços públicos ainda é a presencial.

No entanto, quando utilizam a tecnologia, 35% preferem a internet, superando o telefone, com 8% dos entrevistados. Já entre as empresas, a internet predomina como canal preferido para uso dos produtos públicos, com 79%.

O estudo sugere que os sistemas de e-Gov nos portais devem ser simples, intuitivos e até mesmo lúdicos para chamar a atenção do cidadão que tem pouca familiaridade com a internet. A SLTI entende que o efetivo uso das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) tem papel fundamental nesse processo.

“No caso do governo federal, estamos trabalhando para melhorar cada vez mais as aplicações nos meios digitais, até porque muitos serviços passaram a ser feitos pela internet, de forma mais rápida e eficiente”, assegura Glória Guimarães.

O potencial de crescimento efetivo do e-Gov no Brasil é promissor: mais da metade da população (56% dos entrevistados) disseram que escolheriam a internet para acessar serviços de governo na próxima vez que tiver necessidade.

Outros 60% declaram-se propensos a indicar esse tipo de uso para suas redes de contato. O estudo também aponta que 90% dos cidadãos acessam mais a rede mundial para se informarem sobre os serviços públicos que para realizar algum tipo de transação.

A avaliação de sites governamentais também indica um alto índice de satisfação. Em relação à navegabilidade, 80% concordam que os serviços são fáceis de encontrar. Os mecanismos de busca atualmente disponíveis, como o Google, ajudam nessa análise.

Cerca de 82% dizem, ainda, que os conteúdos são relevantes e atendem às suas necessidades, embora cerca de 60% critiquem a demora no carregamento das páginas e 27% dizem haver excesso de informação nas páginas iniciais.

Quando perguntados sobre que aspectos o governo deveria levar em conta na construção dos sites, 62% responderam a clareza da linguagem, sem o uso de siglas desconhecidas, como mais importantes. Para a SLTI, com essas estatísticas é possível desenvolver aplicações mais condizentes com a realidade no Brasil, o que trará conseqüentemente mais modernidade para a Administração e maior conveniência para a sociedade.

No que se refere à segurança da informação, 39% dos entrevistados disseram que a preocupação com a proteção de seus dados é um dos fatores que limitam o seu acesso aos serviços de e-Gov.

Para a pesquisa, isso deixa claro que existe um desconhecimento geral sobre as questões de segurança na internet, resultando em um sentimento de desconfiança e medo em relação ao uso da ferramenta.

Fonte: Portal DNT  / Ministério do Planejamento