TJMMG adere ao Fevereiro Roxo, mês de conscientização sobre Alzheimer, lúpus e fibromialgia

02/02/2023 15h56 - Atualizado em 02/02/23 15h56

Alzheimer, lúpus e fibromialgia são doenças bem diferentes, mas há algo em comum entre elas: todas são crônicas, incuráveis e, se diagnosticadas ainda em fase inicial, podem ter seus sintomas controlados ou retardados, oferecendo melhor qualidade de vida aos pacientes acometidos por essas patologias. Exatamente para disseminar informações que garantam um rápido e mais eficiente diagnóstico dessas doenças foi criada a campanha Fevereiro Roxo, à qual o Tribunal de Justiça Militar do Estado de Minas Gerais (TJMMG) adere com foco em seu público interno e externo, incluindo jurisdicionados.

Alzheimer – Para o Ministério da Saúde, a Doença de Alzheimer (DA) é um transtorno neurodegenerativo progressivo que se manifesta pela deterioração cognitiva e da memória, reduzindo as capacidades de trabalho e relação social, e com o consequente comprometimento progressivo das atividades diárias. Também segundo o ministério, é a forma mais comum de demências, responsável por mais da metade dos casos no país, e acomete pessoas de mais idade (no Brasil, existem cerca de 15 milhões de pessoas com mais de 60 anos de idade e 6% delas têm a doença, segundo dados da Associação Brasileira de Alzheimer – Abraz).

O primeiro e mais característico sintoma é a perda de memória recente. Com a progressão da doença vão aparecendo sintomas mais graves, como a perda de memória remota, referente a fatos mais antigos, bem como irritabilidade, falhas na linguagem e prejuízo na capacidade de se orientar no espaço e no tempo.

Embora ainda não possua uma forma de prevenção específica, recomenda-se manter a cabeça ativa e uma boa vida social, regada a bons hábitos, o que pode retardar ou até mesmo inibir a manifestação da doença. O Alzheimer pode ser tratado pelo psiquiatra, geriatra ou por um neurologista, e o uso de medicamentos é capaz de minimizar os distúrbios e propiciar uma redução da progressão do comprometimento cognitivo, do comportamento e da realização das atividades da vida cotidiana.

Lúpus – O lúpus é uma doença inflamatória autoimune que faz com que o organismo produza mais anticorpos que o necessário para mantê-lo em pleno funcionamento. Esses anticorpos em excesso passam a atacar o próprio organismo, causando inflamações nos rins, pulmões, pele e articulações. Se não tratada adequadamente, em casos mais graves pode matar.

A doença pode se manifestar de quatro formas diferentes e com causas distintas. O chamado lúpus discoide fica limitado à pele e pode ser identificado com o surgimento de lesões avermelhadas com tamanhos, formatos e colorações específicas no rosto, na nuca e/ou no couro cabeludo.

O lúpus sistêmico é, de acordo com o Ministério da Saúde, a forma mais séria da doença e também a mais comum, afetando aproximadamente 70% dos pacientes com lúpus, principalmente mulheres, sendo nove em dez pacientes com o risco mais elevado durante a idade fértil. Nessa forma da doença, a inflamação ocorre em todo o organismo, compromete vários órgãos ou sistemas além da pele, como rins, coração, pulmões, sangue e articulações. Algumas pessoas que têm o lúpus discoide podem, eventualmente, evoluir para o sistêmico.

Há ainda o lúpus induzido por drogas, forma também muito comum. Nesse caso, algumas drogas e/ou medicamentos podem provocar inflamação com sintomas parecidos com o lúpus sistêmico, no entanto a doença, nesse caso, tende a desaparecer assim que o uso da substância terminar.

Já o lúpus neonatal é bastante raro e afeta filhos recém-nascidos de mulheres que têm lúpus. Normalmente, ao nascer, a criança pode ter erupções na pele, problemas no fígado ou baixa contagem de células sanguíneas, mas esses sintomas tendem a desaparecer naturalmente após alguns meses.

Segundo o Ministério da Saúde, independente do tipo de lúpus, os sintomas podem surgir de repente ou se desenvolver lentamente. Eles também podem ser moderados ou graves, temporários ou permanentes. A maioria dos pacientes com lúpus apresenta sintomas moderados, que surgem esporadicamente em crises nos quais os sintomas se agravam por um tempo e depois desaparecem. Os sinais mais comuns são fadiga; febre; dor nas articulações; rigidez muscular e inchaços; e rash cutâneo (vermelhidão na face em forma de “borboleta” sobre as bochechas e a ponta do nariz ou generalizado, e pode piorar com a luz do sol).

O diagnóstico é mais difícil porque os sintomas podem variar muito de pessoa para pessoa e mudam com o passar do tempo, o que pode ser confundido com outras doenças. Também não há nenhum exame ou teste específico para diagnosticar o lúpus, mas isso pode ser feito com segurança a partir de exames de sangue, urina e dos sintomas clínicos apresentados ao médico durante exame físico. Ainda não existem formas conhecidas de prevenção, tendo em vista que as causas ainda não são totalmente conhecidas, e também não há vacinas.

Fibromialgia – Para a Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), a Fibromialgia (FM) é uma condição que se caracteriza por dor muscular generalizada, crônica (dura mais que três meses), mas que não apresenta evidência de inflamação nos locais de dor. Ela ataca especificamente as articulações, causando dores por todo o corpo, principalmente nos músculos e tendões. A síndrome também provoca cansaço excessivo, alterações no sono, ansiedade, distúrbios de humor e depressão, e muitos pacientes se queixam de alterações da concentração e de memória.

A SRB calcula que a fibromialgia afeta cerca de 3% da população e, a cada dez pacientes, de sete a nove são mulheres. A causa ainda é desconhecida, mas ela pode aparecer depois de eventos graves como um trauma físico, psicológico ou mesmo uma infecção. Também pode se manifestar em pacientes que apresentam outras doenças reumáticas, como artrite reumatoide e lúpus eritematoso sistêmico, e essa soma de fatores muitas vezes dificulta uma completa melhora destes pacientes.

O diagnóstico de fibromialgia é clínico, a partir de exame físico e laboratoriais, e o principal tratamento é não-medicamentoso. Recomenda-se fazer exercício aeróbico, e em alguns casos terapia psicológica pode ser útil, principalmente para aprender a lidar com a dor crônica no dia a dia. As medicações também são úteis para diminuir a dor, melhorar o sono e a disposição do paciente com fibromialgia, para permitir a prática de exercícios físicos.

Texto: Edição Secom/TJMMG, a partir de textos do portal gov.br e secretaria de Saúde do MS