Leia um trecho da revista MagisCultura que será lançada nesta quinta

23/09/2014 19h20 - Atualizado em 23/09/14 19h20

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Leia um trecho do texto do jornalista Manoel Guimarães, editor de MagisCultura. O trabalho integra a 12ª edição da revista, que será lançada no projeto “Sempre um Papo” com a participação do poeta e ensaísta Affonso Romano de Sant’Anna. 

A revista também conta com três trabalhos de Affonso Romano e com textos dos seguintes magistrados: Daniel César Botto Collaço, Gutemberg da Mota Silva, Renato César Jardim, Fernando José Armando Ribeiro, juiz Corregedor da Justiça Militar de Minas Gerais, João Quintino Silva, Rogério Medeiros Garcia de Lima, Llewellyn Davies Antônio Medina e Matheus Chaves Jardim.

Affonso Romano de Sant’Anna, o poeta do tempo


“A poesia é o residual da vida”, diz Affonso Romano de Sant’Anna em uma de suas várias entrevistas e palestras disponíveis na rede mundial de computadores. E explica: “A vida é como uma bateia, que você vai peneirando, peneirando e no final o que sobra é a poesia”. Instado pelo repórter a estender seus comentários, ele confessa: “O texto é onde e é quando eu me encontro, seja a crônica, a poesia ou o ensaio. Talvez eu seja um perguntador, que perguntar é tudo o que nos cabe dentro da perplexidade de existir. E o texto é um testemunho disto.”

A ‘perplexidade de existir’, aliás, é presença constante em sua trajetória literária, de modo especial em tempos mais recentes, em que elegeu como um de seus temas recorrentes a morte, com a qual diz ter uma “relação fraternal”.

Embora recorrente em tempos recentes, o tema já estava presente em um de seus primeiros poemas publicados, ‘Morte na lagoa amarela’ (Cadernos do Centro Popular de Cultura da UNE, 1962), como bem lembrou o historiador José Murilo de Carvalho, amigo e contemporâneo, no prefácio da última edição de “Que país é este?”, seu poema mais conhecido. José Murilo o qualifica como ‘Poeta do tempo’ e, no mesmo prefácio, admitiu que, ao participar com Affonso de uma sessão pública de debates, sentia-se “humilhado quando ele, num poema, dizia mais do que eu em sete minutos de fala”. Para explicar esse sentimento de humilhação, Carvalho recorre a uma frase do próprio poeta: “É porque a poesia diz o indizível”. E vaticina: “A poesia é mais verdadeira do que a história.”

O historiador completa: “O poema escapa do tempo e do objeto de que trata e se converte em capítulo de ‘Que país é este?’, que pode ser lido hoje”.  


Sempre um Papo e lançamento da Revista MagisCultura
 
Dia 25 de setembro, quinta-feira
Às 19h30
No auditório da Amagis (Rua Albita, 194, 2º andar, bairro Cruzeiro, em Belo Horizonte)
Entrada franca
 
 
A aquarela que ilustra esta notícia traz o poeta Affonso Romano e é de autoria da artista plástica Sandra Bianchi.


Fonte: Portal AMAGIS