Março Amarelo alerta para os sintomas da endometriose

04/03/2024 15h20 - Atualizado em 04/03/24 16h04

Desde o início da adolescência, muitas mulheres crescem aprendendo a normalizar a dor que sentem no período da menstruação. Mas não, sentir dor não é normal! O sintoma pode ser uma das manifestações da endometriose, doença comum e benigna, ainda cercada de muito desconhecimento pela população em geral, e que ocorre quando o endométrio (mucosa que reveste a parede interna do útero) cresce em outras regiões do corpo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a doença afeta cerca de 176 milhões de mulheres em todo o mundo, sendo mais de 7 milhões somente no Brasil.

O mês de março é dedicado a conscientizar a população acerca da importância do diagnóstico para controle dos sintomas, e para isso a campanha Março Amarelo chega ao Tribunal de Justiça Militar do Estado de Minas Gerais (TJMMG), por iniciativa da Comissão Gestora do Plano de Logística Sustentável (CGPLS) e do Comitê Gestor Local de Atenção Integral à Saúde de Magistrados e Servidores da Justiça Militar de Minas Gerais. Durante todo o mês, informações sobre a doença serão compartilhadas com o público interno e jurisdicionados.

A dor que chega a comprometer a qualidade de vida da mulher é apenas um dentre os sintomas mais comuns da endometriose. Dificuldade para engravidar também pode acometer mulheres com a doença, bem como alterações intestinais, dor para evacuar e dor durante ou após as relações sexuais.

“Até 20% das mulheres podem ser assintomáticas. O que atrasa o diagnóstico é a normalização da dor, que muitas vezes é confundida com constipação intestinal, alterações musculares e infecciosas”, alerta a médica Márcia Mendonça, em entrevista publicada no portal Gov.br. Ela é professora titular do departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), e professora do curso de Pós-Graduação em Saúde da Mulher da instituição. A médica foi também a idealizadora da Equipe Multidisciplinar do Ambulatório de Endometriose e Dor Pélvica Crônica do Hospital das Clínicas da UFMG, a qual coordenou de 2009 até o ano passado.

De acordo com estudos, quando se faz o diagnóstico da endometriose estima-se que a doença já esteja se manifestando há um período que vai de 3 até 12 anos. Por isso, diante da suspeita o exame ginecológico clínico deve ser prioritário para iniciar um diagnóstico, que pode ser confirmado por exames laboratoriais e de imagem.

O tratamento pode ser cirúrgico ou medicamentoso. No cirúrgico há a retirada de lesões ou de todo o útero, quando não há intenção de engravidar; no medicamentoso, são usados hormônios para cessação da menstruação e controle dos sintomas. “O mais importante é a individualização do tratamento, levando em conta a idade do paciente e o desejo ou não de engravidar”, esclarece a médica.

Texto: Edição de Esperança Barros (Ascom/TJMMG), a partir de texto de Luna Normand (HC-UFMG/ Ebserh – Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares)

Arte e design: Gustavo Cândido
Ascom/TJMMG